As calopsitas atingem sua maturidade sexual por volta dos 12 meses. Desta forma é desaconselhável a reprodução com menos idade.
Um casal é formado pela própria escolha das aves. Ter um casal junto não significa obrigatoriamente que eles irão se reproduzir. Embora as chances sejam aumentadas elas não são absolutas. Os casais se formam naturalmente. Após a fecundação da fêmea pelo macho ela irá colocar em média de 4 a 7 ovos no ninho . Não obrigatoriamente todos estarão fecundados. A fêmea coloca os ovos com um espaçamento de 1 a 2 dias ( em média ) entre eles. E da mesma forma os filhotes não nascerão todos ao mesmo tempo. Após a postura dos ovos os filhotes nascem em um período de 17 a 22 dias . Normalmente os filhotes devem ser separados dos pais com 8 semanas de vida. A colocação de um ninho próprio para calopsitas ( vendido nas petshops ) fornece o estímulo necessário para a reprodução. Se possível é aconselhável colocar o ninho no lugar mais alto possível. Isto porque, desta forma, estaremos nos aproximando o mais possível do ambiente natural de nidificação na natureza onde as calopsitas criam os ninhos no alto das árvores.
As calopsitas podem efetuar sua reprodução o ano inteiro mas é aconselhável deixar que tenham apenas 2 ou 3 ninhadas anuais. Há um grande desgaste dos pais no tratamento e cuidados dos ovos e filhotes levando-os a uma exaustão caso fiquem efetuando reproduções uma após a outra. Notar que nas épocas de procriação deve ser fornecido milho verde diariamente, sobretudo quando nascerem os filhotes. Procure fornecer também de forma regular ( dia sim , dia não ) as verduras ( vide o item Alimentação do site). A alimentação dos pais também deve ser mais abundante, bem como a oferta de água disponível. Os criadores experientes aconselham deixar sempre à disposição das aves 'banheiras' com água , sobretudo nesta época. Os pais eventualmente procuram esta oferta extra de água até mesmo para auxiliar no nascimento dos filhotes, umedecendo os ovos . A aplicação de vitaminas também é efetuada por alguns criadores, bem como fornecimento de cálcio extra ( normalmente colocado na água das aves ) . Porém aves saudáveis e bem alimentadas não têm a necessidade destes complementos. Para que a postura finalize basta que se retire o ninho. É aconselhável então a limpeza do ninho, deixando-o preparado para quando ocorrer a próxima época de postura. Os criadores limpam os ninhos e o desinfetam com álcool , deixando-o secar naturalmente.
Tem-se observado que normalmente épocas secas tendem a fornecer menos ovos galados , mesmo embora os pais estejam saudáveis e sejam prolíficos.
Os pais, na época da reprodução, podem ficar mais arredios ( mesmo se forem calopsitas mansas ) e mesmo agressivos. Isto é natural devido ao seu instinto básico de cuidado e proteção das crias. Sempre é bom lembrarmos disto ao tormarmos alguma bicada inesperada. É aconselhável deixar o ninho em um lugar tranqüilo , dando uma sensação um pouco maior de proteção. Por vezes é observado um comportamento diferente dos pais abrindo as asas e ameaçando bicar, tal qual uma águia preparada para atacar. Nestas épocas o simples barulho à noite pode ocarretar este comportamento. Se efetuarmos a alimentação dos filhotes na mão acabamos por amansá-los naturalmente. Para maiores detalhes sobre este processo leia o item Calopsitas Mansas do site. Também é normal que os machos, nestes períodos, diminuam bastante o canto. A maioria simplesmente para de cantar. Na natureza o fato de permanecer em silêncio quando se está com filhotes acaba por ser um fator a mais na proteção das crias. Embora nossas aves estejam livres dos perigos naturais o comportamento dos pais permanece, por instinto.
Porém para que possamos criar casais devemos efetuar a identificação do sexo das aves. Enquanto esta separação é relativamente fácil na variedade natural da espécie ( calopsitas cinzas ) as demais variedades podem apresentar dificuldade na sexagem. Abaixo podemos observar a sexagem das calopsitas cinzas .
A sexagem das demais variedades realmente é difícil, sobretudo nas lutinas ou brancas . Caso se observe as penas inferiores da cauda e se note, mesmo que levemente, um desenho 'rajado' ( listras ) pode-se pressupor, com um certo acerto, tratar-se de uma fêmea.
Uma outra forma de se diferenciar o sexo das aves é quando as mesmas estão com uma idade aproximada entre 4 e 5 meses de vida. Neste período os machos começam a piar mais, começam timidamente a ensaiar cantos, piados diferenciados, mesmo imitação dos sons à sua volta. Esta é uma característica masculina da espécie, embora já se tenha observado que algumas fêmeas também podem agir desta forma. Mas esta é uma exceção. Normalmente as fêmeas apenas emitem um piado ou pequenas variações deste piado ao longo de sua vida.
Alguns criadores conseguem efetuar também a sexagem das aves através da verificação, por toque, da cloaca do animal. Devido à necessidade das fêmeas de colocarem ovos um pequeno osso arredondado nesta região acaba possuindo uma abertura maior do que a presente nos machos. Este procedimento, porém, é polêmico entre os criadores. A eficácia deste método é discutível.
Atualmente ainda existe um terceiro método, mais tecnológico. Existem empresas que fazem a sexagem das aves por DNA. Você solicita um kit à empresa , põe algumas penas e envia . Eles fazem a análise e enviam o resultado a você . Estes resultados são confiáveis e estão disponíveis para Calopsitas. Os valores dos exames variam. A preços de Maio de 2004 estavam por volta de R$ 18,00 cada sexagem.
É aconselhável, antes de se tentar a postura das aves, aplicar vermífugo . Isto acaba livrando as aves de vermes e, consequentemente, ajudando na criação e saúde dos futuros filhotes. Porém a partir do momento em que os filhotes nasçam é desaconselhável a sua aplicação.
Por vezes alguns criadores apregoam que calopsitas mansas não procriam . Isto está incorreto. Tanto a calopsita dita mansa quanto a normal acabam efetuando a postura e criação de filhotes com sucesso.
Após a eclosão dos ovos os pais se revezam no cuidado e alimentação dos filhotes. O comportamento dos pais, a partir deste momento, pode variar ainda mais. Normalmente a fêmea fica com os filhotes. Quando ela sai o macho fica no ninho aguardando o retorno dela para poder sair novamente. Tanto a fêmea quanto o macho alimentam o filhote diretamente no bico. Atentem que nem todos os ovos eclodem, obrigatoriamente. O período de duas semanas é crucial no crescimento dos filhotes. Quanto mais os filhotes receberem alimento diretamente dos pais mais saudáveis eles serão. Quando se quer amansar calopsitas normalmente se retiram os filhotes durante o final deste período . Antes disto há grande chance dos filhotes morrerem. Para maiores detalhes da criação de calopsitas mansas veja o item Calopsitas Mansas . Atualmente tem-se a tendência de tentar amansar calopsitas somente a partir dos três meses de vida. Desta forma garante-se uma maior saúde e longevidade da ave. Embora deva-se evitar ao máximo se mexer em ninhos neste período temos que atentar para dois fatos :
Primeiro : algumas vezes um filhote acaba saindo do ninho propriamente dito, indo para a 'ante-sala' ( onde há a abertura redonda de entrada do ninho ) . Caso o filhote seja novo e fique lá são grandes as chances de sua morte. Filhotes não conseguem gerar o seu próprio calor de forma adequada. Permanecendo na câmara do ninho é aquecido pelos pais e, quando há mais de um filhote, pelo próprio irmão. Nestes casos é interessante uma avaliação adequada e que se tente pôr de volta o filhote na câmara principal. Na foto abaixo note que há tanto filhotes na câmara principal quanto na 'ante-sala' . Como é grande o número de filhotes isto é normal. Note que ficaram , neste caso, dois nesta ante-sala. E como são um pouco maiores e mais emplumados acabam conseguindo se aquecer melhor.
Segundo : algumas vezes os pais acabam não alimentando os filhotes ou acabam alimentando-os menos do que deveriam. Nestes casos os filhotes podem simplesmente morrer por inanição. Temos também a possibilidade de que, por algum motivo, os pais abandonem o ninho. Em qualquer destes casos se não tomarmos alguma ação os filhotes certamente morrerão. Devemos lembrar, sempre, que calopsitas são aves naturalmente assustadiças. Um grande susto ou grande alteração de seu ambiente de forma repentina pode ocasionar tais abandonos. Nestes casos temos que proceder, nós mesmos, à alimentação deste filhotes. Abaixo fornecemos a maneira certa para agirmos da forma mais acertada possível. Filhotes são extremamente frágeis e delicados. Temos que tomar o maior cuidado possível no eventual manejo dos mesmos.
A alimentação deste filhotes com poucos dias ou semanas de vida deve ser efetuado com cuidado e critério. Atualmente existem, no mercado, diversos alimentos destinados à alimentação de filhotes de aves. Marcas como CC-Albium, Beppler, Alcon têm colocado à disposição do criador alimentos que atendem a este fim. Se possível devemos procurar alimentos voltados a psitacídeos. Nem sempre é possível esta escolha, sobretudo em lugares muito afastados dos grandes centros urbanos ou onde não haja grande saída de produtos para aves. Atualmente a Alcon tem para venda alimentos especialmente voltados para filhotes de psitacídeos, caso das Calopsitas. Junto com as embalagens segue também a forma de preparo dos mesmos. Via de regra o alimento - em pó - deve ser dissolvido em água morna e servida aos filhotes. Embora filhotes possam aceitar alimentos frios observa-se uma aceitação maior quando a alimentação se dá morna. Os filhotes podem, inicialmente, não aceitar de bom grado este tipo de alimento. Devemos, entretanto, insistir para garantir a vida da ave. Alguns criadores se utilizam de seringas. Enchem-na de alimento e colocam dentro do bico da ave. A Cockatiel Society aconselha que os filhotes sejam primeiramente aquecidos e colocados sobre uma superfície devidamente 'acolchoada' por panos de forma que o filhote possa sentir o mínimo possível de frio.
Atualizando os conhecimentos atuais temos procedimentos mais detalhados nesta alimentação por seringa : Com o filhote de frente para você , seringa na mão direita, entre com a seringa pelo lado direito do bico do filhote, diagonalmente, cerca de 45° em direção ao lado esquerdo ( onde fica o papo ) . Quando a seringa entrar no bico pressione lentamente para que o filhote reconheça a 'papinha'. Quando ele sentir e começar a pedir vá apertando a seringa levemente de forma a não encher totalmente seu bico de papinha e nem que aspire o ar, podendo engasgar. E desta forma vá alimentando o filhote ( abaixo segue esquema visual para auxiliar a sabermos como alimentar e quanto de alimento devemos dar aos filhotes ) .
Alguns criadores aconselham a alimentação através de colheres de café ( pequenas ) . Se possível 'entortadas' nas bordas de forma a criar um pequeno 'funil' . Pegamos o alimento e damos diretamente no bico da ave. Elas aceitam o alimento normalmente.
Outros criadores pegam pedaços de madeira ou plástico bem finos, colocam o alimento neles e , a seguir, no bico dos filhotes. Independentemente do método devemos sempre nos lembrar da delicadeza dos filhotes e procurar sempre tomar o maior cuidado possível.
Sempre após a alimentação dos filhotes temos que proceder à limpeza dos mesmos, sobretudo nos bicos. Caso as penas fiquem sujas devemos umedecer um pano limpo em água morna e, delicadamente, proceder à limpeza da ave. O mesmo vale para o bico. A sujeira nos bicos pode favorecer a criação de fungos, prejudicando a ave. Pode-se utilizar uma haste de plástico com algodão na ponta ( 'cotonete' ), umedecê-lo em água morna e proceder à limpeza do bico .
Devemos proceder à alimentação dos filhotes sempre que eles estiverem com aproximadamente 10% do papo vazio. Abaixo segue uma 'tabela' para auxiliar no controle da alimentação dos filhotes . Devemos atentar que muitos filhotes, mesmo com o papo cheio, ficam ainda pedindo mais alimento. Devemos ter o bom sendo e perceber que é uma manha natural ao filhote. Caso continuemos dando alimento podemos até mesmo estourar o papo do filhote, vindo a matá-lo.